quinta-feira, 15 de abril de 2010
O homem
Naturalmente mau
De olhos vendados agora,
Guerra, prostituição
E mais guerras
Nomal
Seres humanos
Homens que matam
Homens que vendem
Homens que amam
Que não perderam
Em meio a amoralidade,
O senso do certo e do errado,
Do bem e do mal
Não tão ruins
Quase bons
De olhos fechados
Serão irreversíveis,
Agora imutáveis
As mudanças
Muitas horrendas?
Não, por favor
Que mude
Volte o amor,
A compaixão,
O bem e o mal,
O certo e o errado
Voltem, por favor
Não deixem q os homens maus Destruam o resto do amor
Será q estamos vivendo
Em um mundo surreal?
Tomara que sim
Mas não, é real
Entretanto, espero a volta
Anciosamente
Do mundo que era
Ou talvez não era
Então que milagrosamente
Possamos enfim dizer:
Vivemos em um mundo
E não, vivemos em um lugar
Que deveria ser o mundo
By: Jéssica Vieira Freire
No quase nada que vivi
Mas no pouco que vivi aprendi
As pessoas mentem
E por mais que tentem
Não vai mudar
É a regra do amar
Mas será que vai dar
Amar é confiar
Mentir não,
É denegrir
Por isso que digo
Que no pouco que vivi
O amor já é mentir
Não há mais confiança
Acabou-se a esperança
No quase nada que vivi
Pude descobrir
Que todos que eu amei,
Gostei, olhei
Não eram para mim
Amores platônicos
Descobri,
Que sou melhor
Pois não menti
By: Jéssica Vieira Freire
Insistir?
Quando se ama
Quem não liga pra você?
Como agir,
Continuar amando,
Insistir?
Ou talvez o silêncio baste
Que a voz do coração fale
O que na garganta
Falta voz e força
De dizer, de falar
Que sinta ele por mim
O que tão imensamente
Sinto por ele
Que possa ele ver
Que o amo de todo o meu ser
E que sem ele não sei viver
By: Jéssica Vieira Freire
- TARDE DE OUTONO
- O POETA
Ó musa, por que vieste
E contigo me trouxeste
A vagar na solidão?
Tu não sabes que a lembrança
De meus anos de esperança
Aqui fala ao coração?
- A SAUDADE
De um puro amor a lânguida saudade
É doce como a lágrima perdida,
Que banha no cismar um rosto virgem:
Volta o rosto ao passado e chora a vida.
- O POETA
Não sabes o quanto dói
Uma lembrança que rói
A fibra que adormeceu?...
Foi neste vale que amei,
Que a primavera sonhei,
Aqui minh'alma viveu.
- A SAUDADE
Pálidos sonhos do passado morto
É doce reviver mesmo chorando:
A alma refaz-se pura. Um vento aéreo
Parece que do amor nos vai roubando.
- O POETA
Eu vejo ainda a janela
Onde, à tarde, junto dela
Eu lia versos de amor...
Como eu vivia d'enleio
No bater daquele seio,
Naquele aroma de flor!
Creio vê-la inda formosa,
Nos cabelos uma rosa,
De leve a janela abrir...
Tão bela, meu Deus, tão bela!
Por que amei tanto, donzela,
Se devias me trair?
- A SAUDADE
A casa está deserta. A parasita
Nas paredes estampa negra cor,
Os aposentos o ervaçal povoa,
A porta é franca... Entremos, trovador!
- O POETA
Derramai-vos, prantos meus!
Dai-me mais prantos, meu Deus!
Eu quero chorar aqui...
Em que sonhos de ebriedade
No arrebol da mocidade
Eu nesta sombra dormi!
Passado, por que murchaste?
Ventura, por que passaste
Degenerando em saudade?
Do estio secou-se a fonte,
Só ficou na minha fronte
A febre da mocidade.
- A SAUDADE
Sonha, poeta, sonha! Ali sentado
No tosco assento da janela antiga,
Apóia sobre a mão a face pálida,
Sorrindo — dos amores à cantiga.
- O POETA
Minh'alma triste se enluta,
Quando a voz interna escuta
Que blasfema da esperança...
Aqui tudo se perdeu,
Minha pureza morreu
Com o enlevo de criança!
Ali, amante ditoso,
Delirante, suspiroso,
Eflúvios dela sorvi,
No seu colo eu me deitava...
E ela tão doce cantava!
De amor e canto vivi!
Na sombra deste arvoredo
Oh! quantas vezes a medo
Nossos lábios se tocaram!
E os seios, onde gemia
Uma voz que amor dizia,
Desmaiando me apertaram!
Foi doce nos braços teus,
Meu anjo belo de Deus,
Um instante do viver...
Tão doce, que em mim sentia
Que minh'alma se esvaía...
E eu pensava ali morrer!
- A SAUDADE
É berço de mistério e d'harmonia
Seio mimoso de adorada amante:
A alma bebe nos sons que amor suspira
A voz, a doce voz de uma alma errante.
Tingem-se os olhos de amorosa sombra,
Os lábios convulsivos estremecem;
E a vida foge ao peito... apenas tinge
As faces que de amor empalidecem.
Parece então que o agitar do gozo
Nossos lábios atrai a um bem divino:
Da amante o beijo é puro como as flores
E dela a voz é doce como um hino.
Dizei-o vós, dizei, ternos amantes,
Almas ardentes que a paixão palpita,
Dizei essa emoção que o peito gela
E os frios nervos num espasmo agita.
Vinte anos! como tens doirados sonhos!
E como a névoa de falaz ventura
Que se estende nos olhos do poeta
Doira a amante de nova formosura!
- O POETA
Que gemer! não me enganava!
Era o anjo que velava
Minha casta solidão?
São minhas noites gozadas
E as venturas choradas
Que vibram meu coração?
É tarde, amores, é tarde:
Uma centelha não arde
Na cinza dos seios meus...
Por ela tanto chorei,
Que mancebo morrerei...
Adeus, amores, adeus!